terça-feira, 14 de setembro de 2010






A reunião desta quarta-feira (14), da Câmara Municipal de Vereadores teve como destaques questões da área de saúde e, sobretudo, da política local. Como sempre acontece em ano eleitoral, à medida que se aproxima o dia da eleição, sobe a temperatura política na Câmara.

O que chama a atenção em 2010 é que as discussões mais acaloradas acontecem no âmbito da bancada governista. Nesta quarta-feira, Fernando Aragão e Dimas Dantas protagonizaram os momentos mais inflamados.Confira abaixo o resumo dos discursos feitos pelos vereadores.


Abrindo a noite de pronunciamentos, Zezin Buxin falou da situação da saúde pública da cidade de SCC. Ele fez referência a um episódio que envolveu o vereador Afrânio Marques que no último fim de semana se envolveu em uma discussão nos corredores do Hospital Municipal, com funcionários da Casa. ZB disse que ele próprio já testemunhou vários casos de mau atendimento na unidade hospitalar, mas não pretender intervir novamente, se por acaso for chamado por alguém. Ele citou vários problemas estruturais na saúde pública da cidade e citou a inexistência de um aparelho de raios-x para atender a população local. No decorrer da sua fala o vereador foi aparteado várias vezes por outros parlamentares que também debateram o problema.

Francisco Ricardo abriu seu discurso fazendo referências movimento realizado na manhã desta terça-feira (14) por professores da rede municipal de ensino, que reivindicam o cumprimento de acordo para melhoria salarial, junto à administração pública municipal. FR citou uma mensagem, distribuída em panfletos, confeccionados pelo sindicato dos profissionais da educação, que acusam o prefeito Toinho do Pará de não cumprir acordos celebrados com a categoria. O legislador falou ainda dos problemas enfrentados no trânsito de SCC. Segundo ele, as últimas medidas adotadas para melhorar o fluxo de veículos pelas ruas da cidade não surtiram nenhum efeito.

Em seu pronunciamento, Ernesto Maia enfocou um episódio que ocorreu na última semana no plenário do TSE, onde um candidato à deputado estadual por Tocantins foi absolvido em julgamento de caso semelhante ao processo que envolve o candidato à deputado federal José Augusto Maia, o que sinaliza, segundo ele, um indicativo de vitória de José Augusto na apreciação do seu processo. O legislador falou ainda da candidatura à deputado federal de Eduardo da Fonte. De acordo com ele, Da Fonte tem no empresário Sebastião Figueroa, irmão do prefeito Toinho do Pará, a figura do seu principal cabo eleitoral em SCC. Ele citou ainda o empresário Natálio Arruda e o vereador Dimas Dantas como pessoas que apóiam o nome de Da Fonte à Câmara Federal.

No uso da tribuna Afrânio Marques disse que atualmente vivemos em uma sociedade onde as políticas públicas não privilegiam a população mais carente. Ele falou do fato, ocorrido no último fim de semana, quando se envolveu em uma discussão nos corredores do Hospital Municipal. Segundo AM, ele apenas defendeu aquilo que achou correto. O vereador disse que muitos dos agentes políticos não produzem para o povo. Ainda segundo Afrânio, falta consciência em muitas pessoas que fecham os olhos para graves desvios que ocorrem por parte de gestores públicos. Para finalizar ele pediu agilidade na convocação do ex-prefeito José Augusto, para que ele exerça sua defesa em processos relativos à apreciação de contas referentes à administração de SCC.

Galego de Mourinha se solidarizou com os professores da rede municipal de ensino, que para ele, reivindicam os seus direitos de forma correta. GM disse que há a necessidade de ajustes na administração de Toinho do Pará, para que nenhuma categoria profissional seja prejudicada. O parlamentar fez referências a alguns ataques feitos na última semana por Junior Gomes, no entanto, com ausência do vereador, que faltou à sessão por motivos superiores, ele preferiu não se debruçar sobre o assunto. Para Galego, as críticas feitas em relação à saúde da cidade são pertinentes, no entanto, todo o país vive uma situação difícil na saúde pública.

Em seu discurso o Dr. Nanau foi mais um a se solidarizar com os profissionais da rede de ensino do município, que apela por melhores condições de trabalho. Nanau criticou a atitude de Afrânio Marques, e disse que o Hospital não é o lugar mais apropriado para que se faça qualquer tipo de reivindicação. Para ele, a melhor forma de resolver a situação é buscar por soluções junto ao prefeito e a secretaria de saúde, mostrando as falhas e exigindo soluções para os problemas. Segundo o legislador as atitudes necessárias teem que ser adotadas da forma certa, no momento exato para que a população não saia no prejuízo.

No uso da tribuna Fernando Aragão falou do movimento dos profissionais da rede de ensino do município. Segundo FA, não apenas o prefeito tem que ser considerado culpado pela atual situação da categoria, mas também os vereadores, que permitiram que a situação chegasse ao ponto em que se encontra. O vereador ainda falou sobre a perspectiva de votação de Diogo Moraes na disputa para deputado estadual. Segundo ele, se Diogo não se eleger, isso poderá ser atribuído a Ernesto Maia e José Augusto. FA disse ainda que a cidade de SCC corre o risco de perder sua representatividade na ALEPE, pois Edson Vieira, segundo alguns analistas políticos, pode não se reeleger. O legislador citou ainda algumas notícias, veiculadas em meios de comunicação, que dão conta da dificuldade de José Augusto se eleger deputado federal.

No uso da tribuna Deomedes Brito disse que ele e seu grupo político irão cobrar de José Augusto e Cecílio Galvão benefícios para a cidade. Segundo DB, SCC precisa de vários serviços e obras, que só poderão ser conseguidos através de recursos federais, destinados por José Augusto Maia, com sua ida para a Câmara Federal. Deomedes disse ainda que tem informações, de pesquisas de opinião pública, onde o seu trabalho é muito bem avaliado. Segundo ele, o seu trabalho junto ao povo faz com o que ele seja muito bem avaliado por grande parte da população. O parlamentar falou também do começo das obras de construção da “Academia das Cidades” do bairro do Santo Agostinho.

Dimas Dantas falou da citação de Ernesto Maia sobre a participação de Sebastião Figueroa na campanha a deputado federal de Eduardo da Fonte. DD disse que o empresário já arcou com despesas financeiras de algumas campanhas na cidade, inclusive de José Augusto Maia a prefeito. O legislador ainda falou que não faz política para tirar proveito dela, faz com responsabilidade, não dando ênfase às paixões de grupos partidários. Dimas “disparou” contra Ernesto Maia, e criticou sua forma de fazer política. Ele falou ainda que Eduardo da Fonte vem sendo injustiçado, pois várias obras viabilizadas através de recursos dele, teem sido inauguradas sem nenhuma menção do seu nome. Para finalizar ele falou que a política tem que ser feita se olhando para o futuro.

O clima político-eleitoral tomou conta de vez da reunião após os discursos, já no período de apresentação e votação de projetos e requerimentos. O vereador Afrânio Marques apresentou um requerimento de autoria dele próprio e dos vereadores Francisco Ricardo e Zezin Buxin, subscrito depois pelo vereador Dimas Dantas, que determinava a votação das contas de 2002, 2006 e 2007 do ex-prefeito José Augusto Maia para o dia 21/09, ou seja, na próxima semana.

O requerimento em questão atropelava as decisões tomadas pela própria Câmara em reunião extraordinária recente, que anulou o resultado das votações anteriores concernentes às citadas contas, e deu à Mesa Diretora um prazo de até 30 dias para convocar o ex-prefeito para apresentar sua defesa. Uma vez citado, o ex-prefeito teria ainda até 30 dias para a apresentação da defesa.

Após reclamações do vereador Deomedes Brito, que alegou motivações políticas para a apresentação do requerimento, e de considerações contrárias do próprio presidente da Câmara Fernando Aragão e do vereador Galego de Mourinha, o requerimento foi posto em votação, sendo derrotado por 4 votos a 3.

Votaram a favor do requerimentos os vereadores Afrânio Marques, Francisco Ricardo, Zezin Buxin e Dimas Dantas. Votaram contra os vereadores Deomedes Brito, Dr. Nanau, Galego de Mourinha, Ernesto Maia e Fernando Aragão.

Pelo conteúdo explosivo do requerimento, agravado pelo fato do mesmo ter sido apresentado pela Oposição a menos de vinte dias das eleições, a subscrição do documento pelo vereador Dimas Dantas pode ser interpretada como um rompimento político do vereador com o ex-prefeito José Augusto Maia.

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