Vem mudança partidária por aí. Uma mudança que já se desenha há anos, mas se torna premente a cada dia que passa da campanha e a cada ponto que Dilma escala rumo ao Planalto. A base lulista está excessivamente inchada, e a liga da oposição, muito esgarçada.
Lula pegou o bonde do governo FHC andando, botou o PMDB e a maior parte dos partidos dentro, foi acomodando interesses e dando o rumo. Mas Dilma não tem o mesmo perfil político nem psicológico. Lula é Lula, Dilma é Dilma. No bolsão de apostas, ninguém crê que, se ela for eleita, o casamento com o PMDB possa sobreviver ao mandato. O partido vai lhe dar muito mais trabalho do que PSDB e DEM juntos.
Do lado da oposição, só se fala em novo partido. Não há mais como conviver com as velhas picuinhas, disputas e traições. Muito menos depois de três derrotas sucessivas. Se Serra ganhasse, todos dariam um jeito de se acomodar e de ampliar as bases de apoio. Mas deve perder, e os ratos já começam a pular do barco. Como o navio Lula/ Dilma está com superlotação, pode ter muito rato morrendo afogado.
Serra, 68, é o último fundador do PSDB com força presidenciável. Ele mantém peso e voz na oposição, mas o futuro está em Alckmin, sólido em São Paulo, Aécio, que deve sobressair no Senado, e Beto Richa, que desponta como alternativa. Esse será o eixo da reciclagem, com a maioria do PPS e boa parte do DEM (bem aceito pelos três).
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